DA (NÃO) APLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO EM MATÉRIA AMBIENTAL E A SÚMULA 613 DO STJ

  • Ana Maria Moreira Marchesan
Palavras-chave: Fato consumado. Direito ambiental. Fragmentação. Proporcionalidade. Precedentes.

Resumo

O artigo versa sobre o histórico, o diagnóstico e o prognóstico da rejeição da teoria
do fato consumado em matéria ambiental, consagrada pela Súmula 613 do STJ. Através de uma
perspectiva ecossistêmica, inspirada na interação dos diversos elementos da natureza, procura-se
estabelecer as principais ocorrências de fatos consumados em matéria ambiental bem como as
situações fáticas e jurídicas que o favorecem. O presente artigo se propõe a analisar os principais
avanços que a Súmula 613 do STJ pode gerar na aplicação da legislação ambiental no Brasil.

Referências

ADEODATO, João Maurício. Ética e retórica: para uma teoria da dogmática jurídica. São Paulo:
Saraiva, 2002.
ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da defi nição à aplicação dos princípios jurídicos. 15.
ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma
dogmática constitucional transformadora. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
BENJAMIN, Antonio Herman. Os princípios do estudo de impacto ambiental como limites da discricionariedade
administrativa. 1990. Disponível em: pacto%20artigo%20benjamin.pdf>. Acesso em: 10 maio 2018.
BLUMM, Michael C. The clean water act’s section 404 permit program enters its adolescence:
an institutional and programmatic perspective. Ecology law quarterly, v. 8, n. 3, 1980, p. 409-472.
BUGGE, Hans Christian. Twelve fundamental challenges in environmental law. An introduction
to the concept of rule of law for nature. In: VOIGT, Christina (Ed.). Rule of law for nature. New
dimensions and ideas in environmental law New York: Cambridge University Press, 2013, p. 3-26.
DE LUCIA, Vito. Competing narratives and complex genealogies: the ecosystem approach in
international environmental law. Journal of Environmental Law, n. 27, p. 91-117, 2015. Disponível
em: . Acesso em: 19 abr. 2018.
DIDIER JÚNIOR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito processual
civil: teoria da prova, direito probatório, teoria do precedente, decisão judicial, coisa julgada
e antecipação dos efeitos da tutela. 9. ed. Salvador: JusPodivm, 2014, v. 2, p. 281-282.
FARIAS, Talden. Licenciamento ambiental: aspectos teóricos e práticos. 4. ed. Belo Horizonte:
Fórum, 2013.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação.
São Paulo: Atlas, 1990.
FERREIRA, Heline Sivini. A biossegurança dos organismos transgênicos no direito ambiental
brasileiro: uma análise fundamentada na teoria da sociedade de risco. Tese (Doutorado em Direito)
– Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2018.
FERREIRA, Odim Brandão. Fato consumado: história e crítica de uma orientação da jurisprudência
federal. Porto Alegre: Fabris, 2002.
FOSTER, John. The anthropocene crisis. Disponível em: 01/the-anthropocene-crisis/>. Acesso em: 30 out. 2017.
GUERRA FILHO, Willis Santiago. Teoria processual da constituição. 2. ed. São Paulo: Celso
Bastos, 2002.
KOPF, Jeff rey S. Steamrolling section 7(d) of the endangered species act: how sunk costs
undermine environmental regulation. Boston College Environmental Aff airs Law Review, n. 23,
1996, p. 393-436.
KRELL, Andreas. Discricionariedade administrativa e proteção ambiental. O controle dos conceitos
jurídicos indeterminados e a competência dos órgãos ambientais. Um estudo comparativo.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004.
MACCORMICK, Neil. O estado de direito e o caráter argumentativo do direito: uma teoria da
argumentação jurídica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
MACHADO, Paulo Aff onso Leme. Direito ambiental brasileiro. 13. ed. São Paulo: Malheiros,
2005. p. 264-265.
MARCHESAN, Ana Maria Moreira. O fato consumado em matéria ambiental. Salvador:
Juspodvium, 2019.
MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. São Paulo: RT, 2010.
MITIDIERO, Daniel. Cortes superiores e cortes supremas. 2. ed. São Paulo: RT, 2015.
OWEN, Dave. Mapping, modeling, and the fragmentation of environmental law. Utah Law
Review, n. 219, 2013, p. 218-281.
PINTO, Carlos Eduardo Ferreira. Ação civil pública, licenciamento ambiental e fato consumado.
In. MILARÉ, Édis. (Org.). A ação civil pública após 30 anos. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2015. p. 135-147.
PLATER, Zygmunt; ABRAMS, Robert; GOLDFARB, William; GRAHAM, Robert; HEINZERLING,
Lisa; WIRTH, David A. Environmental law and policy: nature, law, and society. 3. ed. New
York: Aspen, 2004.
PRESTES, Vanêsca Buzelato. Corrupção urbanística: da ausência de diferenciação entre Direito
e Política no Brasil. Belo Horizonte: Fórum, 2018.
PRUDENTE, Antônio Souza. O terror jurídico-ditatorial da suspensão de segurança e a proibição
do retrocesso no estado democrático de direito. Disponível em: br/index.php/RDA/article/view/5857/3803>. Acesso em: 7 ago. 2018.
RAMOS JÚNIOR, Dempsey Pereira. Meio ambiente e conceito jurídico de futuras gerações.
Curitiba: Juruá, 2012.
ROSENN, Keith. Brazil’s legal culture: the jeito revisited. Florida International Law Journal, v.
1, n. 1, 1984, p. 1-43.
SAMPAIO, José Adércio Leite. Direito adquirido e expectativa de direito. Belo Horizonte: Del
Rey, 2005.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São
Paulo: Ofi cina de Textos, 2013. p. 200.
SILVA, Virgílio Afonso da. O proporcional e o razoável. Revista dos Tribunais, n. 798, 2002. p. 23-50.
TESSLER, Marga Inge Barth. O fato consumado e a demora na prestação jurisprudencial. Revista
do CEJ, Brasília, n. 27, p. 95-101, 2004.
. O fato consumado e a demora na prestação jurisdicional no direito estudantil. Revista de
doutrina da 4ª Região. Porto Alegre, n. 7, jul., 2005. Disponível em: trf4.jus.br/>. Acesso em: 2 jul. 2018.
TROUWBORST, Arie. The precautionary principle and the ecosystem approach in international law:
diff erences, similarities and linkages. RECIEL, Review of European Comparative an International
Environmental Law, v. 18, n. 1, 2009, p. 26-37.
ZANETI JÚNIOR, Hermes. Comentários ao art. 926. In: CABRAL, Antonio do Passo; CRAMER,
Ronaldo. Comentários ao Novo Código de Processo Civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p.
1.314-1.315.
. O valor vinculante dos precedentes: teoria dos precedentes normativos formalmente vinculantes.
3. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2017.
Publicado
15-09-2022
Como Citar
Ana Maria Moreira Marchesan. (2022). DA (NÃO) APLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO EM MATÉRIA AMBIENTAL E A SÚMULA 613 DO STJ. Revista Do Ministério Público Do Rio Grande Do Sul , 1(90), 193-228. Recuperado de https://revistadomprs.org.br/index.php/amprs/article/view/251